quinta-feira, abril 08, 2010

Realizar um estudo de viabilidade

A melhor forma de saber se o seu projecto é realizável é completar um Estudo da sua Viabilidade. Este é um processo que ajuda a criar a confiança que a solução que é necessária construir pode ser implementada em tempo e dentro do orçamento.

Um estudo de viabilidade deve ser completado tão cedo quanto o possível dentro do ciclo de vida do projecto. A melhor ocasião é quando forem identificadas várias soluções alternativas e é necessário conhecer qual a solução que é mais viável de implementar. Vamos apresentar um método de o realizar…Rainbow

1. Pesquise as Exigências de Negócio

Na maioria dos casos, o projecto é exigido por um problema existente no negócio. Estes problemas são exigências do negócio (em inglês aparecem como business drivers, palavra já aceite na língua portuguesa). Precisamos de ter uma compreensão clara do que são estas exigências como parte do Estudo de Viabilidade.

Por exemplo, a exigência pode ser pela actualização de um sistema de TI ultrapassado e que provoca queixas do cliente ou a necessidade de fusão de dois negócios devido a uma aquisição. Independentemente da exigência em questão, o que é necessário é alcançar a questão de fundo para que se compreenda porque é que o projecto foi lançado.

Também é necessário compreender porque é que esta exigência é importante para o negócio e porque é que é crítico que o projecto realize esta solução dentro de um específico intervalo de tempo. Compreendido isto então há que avaliar qual o impacto que haverá para o negócio se o projecto for atrasado.

2. Confirme as soluções alternativas

Agora que dispomos de uma compreensão mais clara do problema de negócio que é enfrentado pelo projecto, devemos compreender e segmentar quais as soluções alternativas disponíveis.

Estas soluções devem ser analisadas e compreendidas e correlacionadas com o problema de negócio que devem solucionar.

3. Determinar a viabilidade

Assim o que temos de fazer é identificar a viabilidade de cada solução. A pergunta que deve ser feita a cada solução alternativa é «será que podemos realizar o projecto no tempo e com o orçamento apontado?»

Para responder a esta pergunta, deveremos usar um conjunto de métodos para avaliar a viabilidade de cada solução. Eis alguns exemplos com que podemos realizar a avaliação da viabilidade:

Pesquisa: Realizar pesquisas para saber se outras companhias implementaram as mesmas soluções e como funcionam.

Prototipagem: Identificar a parte da solução que possui o risco mais elevado e construir um modelo para saber se é possível a sua criação.

4. Escolha a solução adequada

Conhecida a viabilidade de cada solução alternativa, o próximo passo será seleccionar a solução preferida para a realização do seu projecto. Escolha a solução que é mais viável de implementar, tem o risco menor e na qual tenha mais confiança na sua realização efectiva.

Escolheu uma solução para um conhecido problema do negócio e tem um elevado grau de confiança que pode realizar a solução dentro do tempo previsto e conforme ao orçamento definido.

5. Reavaliação

Chegou o momento de conduzir a solução escolhida para outro nível reavaliando a sua viabilidade. Assim, faça uma lista de todas as actividades que são necessárias para completar a solução e debata-as com a sua equipa para saber quanto tempo eles acham que levarão a realizá-las e concluí-las. Adicione estas tarefas e intervalos de tempo a um plano de projecto para ver se as consegue realizar até ao deadline do projecto.

De seguida, peça à sua equipa que identifique as actividades de mais alto risco e peça-lhes para investigarem mais profundamente e verificarem se são realizáveis. Utilize as técnicas do ponto 3. Para ter um maior grau de confiança na sua realização. Finalmente, documente todos os resultados num relatório de Estudo de Viabilidade.

Depois de concluir estes passos, obtenha a aprovação do seu Estudo de Viabilidade para que todos os membros da sua equipa tenham o mais alto nível de confiança na possibilidade de concretização do Projecto.

segunda-feira, março 22, 2010

Melhoria do processo de comunicação

A comunicação em projecto é dos factores decisivos para o sucesso das actividades e a obtenção de, por um lado, compromisso de gestão e, por outro, motivação da equipa e participantes.

remarEstou certo de que não é necessário convencer ninguém da importância de uma boa comunicação. As competências de comunicação são afloradas em praticamente todas as descrições de funções para qualquer posto de trabalho em qualquer nível das organizações. 

A comunicação em projecto passa por 3 fases de processo distintas: Desenho, Implementação e Gestão. Destas três, na minha opinião, devemos despender mais tempo na fase de Implementação do Processo porque é, em primeiro, a fase mais subestimada e, em segundo, porque é aquela em que é mais fácil serem introduzidos erros.

Em outras ocasiões, tenho sublinhado a importância de, em gestão de projecto como em outras áreas, ser desenvolvida a evidência de gestão da mudança organizacional com saliência para os seus dois componentes principais: Comunicação e Formação.

Sublinho sempre que a Comunicação é muito mais do que “enviar emails” e, por isso, insisto em que a comunicação é muito mais do que uma comunicação de «dois sentidos». Porque não, então, um modelo de comunicação assente em «4 fases»? E quais são elas:

1. Dizer / enviar a mensagem

2. Validar que a mensagem foi recebida.

3. Validar que a mensagem foi compreendida.

4. Validar que a mensagem foi aceite.

Não é suficiente só dizer ou enviar a mensagem e então assumir, bem assumir tudo. O remetente deve realizar os passos que lhe garantem que a mensagem foi mesmo recebida. E, mesmo se a mensagem foi recebida, pode ser necessário que seja compreendida. Finalmente, mesmo de a mensagem é compreendida, pode haver mal entendidos evitando que a mensagem seja, de facto, aceite.

A comunicação não pode ficar baseada em assumpções. A comunicação deve ser validada e isso exige algum trabalho e seguimento.

Embora seja provável que perceba porque não sugiro estas tácticas para a minha cara-metade, julgo que esta é uma abordagem razoável no dia-a-dia dos negócios. Penso, ainda, que é óptimo modelo para os gestores de projecto, que provavelmente dependem da comunicação mais do que quaisquer outros.

A comunicação é, hoje, essencial em todos os aspectos do sucesso das empresas, e está em questão muito mais do que só uma chávena de café.

Luís Quintino

quinta-feira, março 18, 2010

O que é a WBS?

 

Esta coisa da Gestão de Projectos de que toda a gente acha que sabe alguma coisa, senão tudo, e que é reduzida à expressão «isso é feito com o Project», como se um programa de computador fosse equivalente a uma metodologia de conhecimento, é muito mais complexa. No nosso mercado, estes conhecimentos têm muitas lacunas e mesmo o completo desconhecimento quando se trata de ferramentas de pensamento essenciais para planear de forma adequada. Hoje vamos tentar responder à pergunta o que é a WBS?

IMG00413Uma WBS (Work Breakdown Structure) ou Estrutura de Decomposição do Trabalho representa de forma consistente as actividades de topo requeridas para concluir o projecto. O foco desta WBS pode ser quer o Produto (resultado) quer o projecto, ou ambos. Os elementos da WBS são numerados usualmente e este sistema de numeração pode ser organizado de diferentes formas. O propósito primário de uma WBS é desenvolver ou criar conjuntos pequenos e geríveis de trabalho denominados Work Packages.

Assim a WBS

  • Serve como plano base do âmbito do projecto
  • É uma das mais importantes ferramentas de gestão de projecto
  • Está na base do planeamento, estimação e controlo do projecto
  • Permite visualizar todo o projecto
  • Sublinha que trabalho NÃO incluído na WBS NÃO faz parte do projecto
  • Reforça a adesão da equipa ao projecto
  • Serve de mecanismo de controlo para manter o projecto na data prevista
  • Permite estimativas mais exactas de custo e tempo
  • Serve de redutor do derrapar do âmbito do projecto

A WBS não deve ser confundida com::

  • A OBS ou Estrutura de Decomposição Organizacional
  • Lista de Materiais
  • Estrutura de Decomposição do Risco
  • Structure de Decomposição dos Recursos

Esta ferramenta está relacionada directamente com o agendamento de um projecto. No fundo, é uma decomposição funcional das actividades de um projecto, em que o trabalho total do projecto é sucessivamente decomposto em subtarefas. Começa pelo objectivo final a atingir e requerido e sucessivamente subdividindo em componentes geríveis em termos de dimensão e complexidade, desta forma por exemplo: programa, projecto, sistema, subsistema, componentes, actividades, sub-actividades e elementos de trabalho.

Dicionário da WBS

Quando a WBS construída é extensa ou se as categorias do seu conteúdo não são óbvias, para os membros da equipa de projecto, pode ser útil escrever um Dicionário da WBS. Este documento irá descrever cada elemento da WBS e pode ainda dizer o que não é um elemento.

Os benefícios de utilizar uma WBS são:

  • Reforço da equipa de projecto em torno de um mapa único do trabalho
  • Oferece uma estrutura para identificar os projectos separadamente das organizações, sistemas de custos, fontes de financiamento
  • Clarifica as responsabilidades
  • Concentra o foco do projecto nos seus objectivos
  • Força um planeamento detalhado e a respectiva documentação
  • Identifica Work Packages específicos para a respectiva estimação e alocação de trabalho.

A Work Breakdown Structure (WBS) é um ponto central no esforço de planeamento do projecto. Não é possível desenvolver um realístico plano para um projecto sem primeiro se desenvolver uma WBS que será detalhada o suficiente para permitir uma significativa identificação de todas as actividades do projecto que devem ser concluídas. O processo de criação de uma WBS é muito importante, porque durante este processo de decomposição do projecto, o gestor do projecto e a equipa, bem como todos os gestores funcionais envolvidos são forçados a pensar acerca de todos os aspectos do projecto.

Resultados específicos da WBS

Uma WBS é uma técnica de decomposição de um projecto nos seus elementos constituintes. As actividades mais pequenas, denominadas Work Packages, devem ser identificadas como unidades geríveis que podem ser planeadas, orçamentadas, agendadas e controladas. A WBS indica a relação entre a estrutura organizacional e os objectivos do projecto e as suas unidades e dessa forma oferece uma base firme para planear e controlar o projecto.

A WBS deve ser orientada ao produto ou orientada à actividadem e deverá incluir todo o esforço necessário, que deve ser levado a cabo para atingir o objectivo final. Porque ela identifica o trabalho exigido para alcançar um objectivo ela ajuda a identificar os interfaces necessários e desta forma é muito útil em projectos complexos. Contudo, tem uma limitação importante, ela não mostra o tempo das actividades o que implica a utilização de outras ferramentas.

Luís Quintino