A tecnologia é um componente crítico de todos os negócios. Durante uma crise, se a organização de TI é incapaz de responder pode por toda a companhia em risco. Entretanto, durante uma crise aquilo que muitas vezes inibe uma organização de TI de responder com efectividade é exactamente a mesma coisa que a deveria salvaguardar – a confiança em processos disciplinados.
O problema fundamental é que a introdução das disciplinas de processo na gestão operacional de TI, na última década, criou uma atmosfera em que a gestão intermédia de TI fica muitas vezes com medo de tomar decisões e falta-lhes competências de criatividade e liderança. Contudo, durante uma crise, o que é mais exigido antes de tudo mais são essas duas competências.
Embora uma organização de TI possa funcionar admiravelmente sob operação normal, muito poucas organizações conseguiram alcançar uma maturidade tal nas suas disciplinas de processo que sejam capazes de responder efectivamente a interrupções massivas de serviço e negócio. Podem ter protocolos em posição para disaster recovery, mas do ponto de vista operacional os seus processos ficam submergidos durante uma crise devido ao enorme volume e velocidade das exigências operacionais que lhes são requeridas. É neste ponto que os processos fracassam e a organização de TI cai num estado de caos não gerido. É também neste ponto que certos membros da equipa de TI se «destacam» e «fazem tudo o necessário» para resolver as coisas – fazendo ressaltar a cultura de cowboy contra a qual as organizações de TI batalharam durante anos.
Para ultrapassar estes desafios, a gestão de TI deve investir no desenvolvimento das competências quer de liderança quer de resolução criativa de problemas a todos os níveis da organização. Estes dois atributos são exigidos não só na gestão sénior mas também a todos os níveis da organização. Durante uma crise, as equipas de TI podem ficar isoladas, sem modelos claros de decisão e dispondo de pouca informação. Elas devem então ser capazes de se auto organizarem, avaliarem a situação, estabelecerem linhas de comunicação e assumirem as funções de liderança de forma dinâmica.
Luís Quintino