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segunda-feira, junho 03, 2019

Valor Ganho (EVM) explicado

Muitos sistemas avançados de gestão de projeto utilizam o modelo tradicional de planeado vs real para acompanhar até que ponto o projeto está a decorrer (bem ou não tão bem) de uma perspetiva financeira. Contudo este modelo deixa de fora um elemento importante – o valor do trabalho já realizado.
 Quando o planeado vs real são os únicos valores acompanhados, só consegue ver se está abaixo ou acima do orçamentado. Diz muito pouco ou nada sobre o progresso daquilo que estamos a realizar. Por exemplo, podemos estar a gastar demasiado porque estamos avançados relativamente ao plano e fizemos imensos progressos.

Assim, aquilo que parece um problema é antes uma vantagem porque iremos terminar mais cedo e provavelmente abaixo do orçamento. Mas, se não existir nenhum sistema para atribuir valor às realizações não teremos nenhuma forma fácil de saber quais as implicações de ultrapassar o orçamento. Pode, claro, rever o plano e obter um sumário da percentagem de conclusão do projeto, mas este valor de percentagem, por si só, não está ligado aos valores baseados em custo do orçamento e custo real que estamos a acompanhar.

Para simplificar muito o conceito de valor ganho, podemos dizer que este irá atribuir um valor ao progresso que se realizou, com base no orçamento baseado no tempo.
Para ilustrar vamos usar um exemplo em termos de planeado vs real e de seguida vamos adicionar valor ganho para ver o que revela esta outra dimensão.

Temos um projeto de 10 meses que está planeado para gastar 1 Milhão por mês para um orçamento total na conclusão (BAC) de 10 M. Já passaram 2 meses e de acordo com os números de custo do planeado vs real já gastou menos 50% do que devia. Podemos assim assumir que o projeto está a decorrer bem, porque aparentemente está a gastar menos do que o que estava planeado.

Ao introduzirmos os números de valor ganho com base no progresso real do projeto obtemos uma nova perspetiva. Depois de 2 meses de trabalho, só foi completado 5% do trabalho. O cálculo simples para este cenário é 5% sobre um total de 10 M do orçamento serão 500 k. Este é o número do valor ganho.

O que é que este número de valor ganho nos diz acerca da presente situação do projeto?A despesa inferior realizada não é uma boa notícia para o projeto porque o cronograma está 75% para trás; o projeto está na realidade a gastar mais com base no trabalho realizado. O que parece bem numa perspetiva de planeado vs. real está longe de estar bem quando o valor do progresso é introduzido como valor ganho.Isto significa ainda que podemos ver o impacto para o projeto utilizando os cálculos standard de valor ganho. 

Estes sublinham a dimensão dos problemas em que o projeto pode estar envolvido.
  • Orçamento na conclusão (Budget at Completion - BAC): 10 M
  • Valor planeado até à data (Planned Value – PV): 2 M
  • Valor ganho até à data (Earned Value – EV): 0,5 M
  • Custo real até à data (Actual Cost – AC): 1 M
  • Variância de custo (earned value – actual cost) = -0,5 M (significa gastar mais 100%)
  • Variância de agendamento (earned value – planned value) = 1,5 M (1,5 meses ou atrasado 75%)
  • Cost Performance Index (CPI): (earned value / actual cost) = 0.5 (por cada euro gasto ganhou 50 cêntimos)
  • Schedule Performance Index (SPI): (earned value / planned value) = 0.25
  • Estimado na conclusão (Estimate at Completion – EAC): (budget at completion / cost performance index) = 20 M
  • Estimado até à conclusão Estimate to Completion: (budget at completion – earned value)/cost performance index = 19 M
  • Tempo para completar = (10-0.5) /0.25 = 38 meses
Com base na performance corrente este projeto irá necessitar de 20 M (19+1) e 48 meses (38+2) para concluir.

Embora este seja um exemplo exagerado, muitos projetos sofrem algum nível de sobre despesa e sub-performance nas etapas iniciais. Isto é característico porque leva sempre mais do que o estimado com seguir ter todas as pessoas no site, o equipamento entregue e todos a trabalhar a bom ritmo.

Sem gestão do valor ganho, contudo, é impossível ter consciência do impacto potencial destes atrasos iniciais, que podem passar sem notícia significativa. A gestão pode não reagir da forma apropriada ou suficientemente cedo a estas tendências de forma a prevenir a ameaça de longo prazo ao sucesso do projeto.
Adaptação de post da Ten Six Consulting LLC.

segunda-feira, fevereiro 18, 2019

KPIs de Performance de Projecto

Quais são as mais críticas métricas de performance de projecto ? Com base no plano do projeto podemos identificar uma lista das mais importantes:

  • Planeamento – planeado versus real – preferencialmente através do Valor Ganho
  • imageFuncional – % desenhado, implementado, testado, produzido
  • Realização em tempo – milestones planeadas versus as milestones reais
  • Custo
  • Custo planeado versus custo real
  • Total Planeado na Conclusão versus Revisto ou estimado na Conclusão
  • Crítico e outros defeitos – Planeado versus Real + tendência
  • Recursos (Pessoas, Equipamentos)
  • Recursos Planeados versus Recursos Reais
  • Recursos Totais Planeado na Conclusão versus Revistos ou estimados na Conclusão
  • Riscos – Novos, Fechados, Abertos + Tendências
  • Questões – Novas, Fechadas, Abertas + Tendências
  • Resultados – Planeados versus reias até à data
A standardização dos valores a reportar ajuda a mantermo-nos no caminho certo.
Naturalmente que todas estas métricas são quantificáveis. A informação qualitativa pode ser útil quando preparado no seguimento das métricas acima. Os problemas só começam quando as pessoas começam a esgrimir as suas declarações qualitativas e esquecem-se de colocar no relatório algumas das métricas quantitativas. ~

Luís Quintino

terça-feira, maio 16, 2017

Situações na causalidade dos atrasos

As formas  como ocorrem os atrasos e a sua significância,  como os efeitos multiplicados de diferentes fatores são tratados neste post.

Atrasos Concorrentes

O atraso concorrente pode ser descrito como uma situação em que ocorrem dois ou mais atrasos ao mesmo tempo durante a totalidade ou uma parte do atraso considerado. O atraso concorrente é desculpável ou compensável, dependendo a situação dos termos do contrato, da causa dos atrasos, do tempo e da duração dos atrasos, das partes responsáveis ​​pelos atrasos e da disponibilidade de folga.

Veja este cenário específico, tanto o proprietário como o empreiteiro são responsáveis ​​por dois atrasos separados, que ocorrem simultaneamente e têm igual duração, estando no caminho crítico. Nesta situação, o ponto líquido é que o contratante não foi impedido pelo atraso causado pelo proprietário. Por conseguinte, o contratante não tem direito a uma prorrogação do prazo. No mesmo processo, o empreiteiro pode enfrentar danos liquidados do proprietário por atraso na conclusão, mesmo que o proprietário não estivesse em posição de permitir que o contratante pudesse concluir mais cedo. Neste caso, o contratante terá direito a prorrogação de tempo se puder provar que poderia ter acelerado o trabalho, mas foi atrasado devido a aviso prévio do dono da obra. Mas o empreiteiro exigirá a notificação desse efeito numa fase anterior.

Nos casos em que um atraso compensável e um atraso escusável ocorrem ao mesmo tempo, o atraso desculpável irá anular o atraso compensável.

Em caso de atraso concorrente, a ação mais importante é distinguir o impacto dos atrasos dos empreiteiros do impacto dos atrasos do dono da obra. Os direitos das partes são em sua maioria determinados por atrasos no caminho crítico.

Por conseguinte, a análise deve sempre ser feita se o contratante estava de fato preparado para prosseguir de acordo com o cronograma, mas para o atraso causado pelo dono da obra ou se o contratante tenha sido atrasado de qualquer maneira por razões dentro de seu próprio âmbito de responsabilidade.

Atrasos Não Críticos

Os atrasos que não prejudiquem a conclusão do projeto não são críticos. O atraso pode ser grande em duração, mas não crítico se eles pudessem correr em paralelo a outras atividades sem estar no caminho crítico. Mas esses atrasos podem alterar o padrão de utilização dos recursos. Os atrasos não críticos podem merecer uma compensação monetária pelo envolvimento em custos extras, mas não há efeito na data de conclusão, a menos que se tornem críticos devido ao atraso causado. Esta análise de criticidade deve ser realizada para cada ocorrência de atraso em um projeto.


Os atrasos geralmente criam uma situação desagradável e muitas das alegações e contestações estão lá devido às partes envolvidas. A seguir discutimos os vários documentos necessários para apoiar uma análise de atraso e respetiva reclamação.

terça-feira, abril 25, 2017

Trabalho para o sucesso do projeto

Algumas métricas importantes no acompanhamento de projetos.
Para grandes projetos é geralmente benéfico analisar a perda de total float todos os meses. Isso dá sinais de alerta precoce para os caminhos de atividade problemática e arma a equipa do projeto para tomar ações corretivas. Uma vez que o cronograma é atualizado regularmente, o caminho crítico rotineiramente muda de uma sequência de atividades para outra durante o curso de um projeto. Assim, este método é o mais eficiente para acompanhar o progresso, monitorizar e controlar o projeto.
Para conseguir a conclusão atempada de um projecto, o plano deve ser cuidadosamente preparado e deve ser comprado por todas as partes responsáveis ​​pela execução. Algumas orientações para o sucesso:
  • Todos os prazos de entrega devem ser suficientes para evitar atrasos.
  • O Design deve ser entregue na sequência de prioridades de construção no local.
  • Todas as licenças de entidades governamentais devem ser planeadas e solicitadas antecipadamente.
  • As interfaces de construção também devem ser identificadas bem à frente.
  • A necessidade de recursos deve ser planeada contra a disponibilidade dos mesmos.

Um controle de projeto completo e configurado deve ser funcional na empresa de design, bem como no site para monitorizar o progresso e decidir as ações corretivas. A equipa interage com todos os outros grupos no site da obra, bem como na sede da empresa para obter informações sobre todos os aspetos do projeto. As informações são usadas para analisar e acompanhar o progresso do projeto, identificar atrasos potenciais e levantar sinais de advertência. Se ocorrerem todos os atrasos; os impactos de cronograma são calculados, as atenuações planejadas e estão bem documentadas com as devidas responsabilidades para realizar análises de atraso.


Mesmo com todo o planeamento cuidadoso para o projeto, como detalhado acima, podem ocorrer por várias razões atrasos. A seguir discutir-se-á várias causas de atraso para ajudar a identificar e analisar atrasos num projeto.

segunda-feira, abril 20, 2015

Medir o Progresso: os 6 métodos que deve conhecer

Por Reshma Sadhu, traduzido para português

Medir o progresso de um projeto com precisão é sempre um desafio. Há muitos fatores para ter em atenção numa atualização de progresso - tipo de medição, a precisão dos dados, a frequência da recolha e o sistema de registo são todos fatores importantes para medições precisas de progresso.
E os pacotes de software como Primavera P6 nem sempre nos ajudam. Claro que há 3 escolhas para a Percentagem de Conclusão, mas como decidimos qual delas funciona melhor e em que condições?
O progresso impreciso vai frustrar a capacidade de detetar os sinais precoces de problemas à frente, assim para evitar isso aqui estão os 6 métodos comuns para medir o progresso do projeto que irão ajudá-lo a ter um melhor desempenho na medida da performance do trabalho e sua conclusão. Os métodos abaixo são resumidos a partir de “Project Control: Integrating Cost and Schedule in Construction,” by Wayne Del Pico.


 

Unidades Concluídas

As unidades concluídas de trabalho (Labor) prestam-se bem para o acompanhamento de atividades que são feitas repetidamente, onde cada iteração pode facilmente ser medida. Normalmente, uma atividade que é feita repetidamente tende a ter aproximadamente a mesma quantidade de tempo, recursos e esforço, de modo que rastrear as unidades concluídas é bem fácil. Um exemplo simples pode ser a instalação de luminárias padrão. Cada equipamento leva aproximadamente o mesmo período de tempo; se tivéssemos 100 luminárias para instalar então poderíamos simplesmente contar as unidades instaladas. Neste caso, não há envolvido nenhum julgamento subjetivo baseado na experiência.


 

Milestones incrementais

Também conhecido como o método dos "passos", o método de milestones incrementais é predominantemente utilizado para contas de custos que envolvem sub-atividades que precisam ser concluídas de forma ordenada. Um exemplo desta técnica é a formação e colocação de uma parede de fundação de betão.

Então, como calcular esses dados? O cálculo é construído em cada etapa item único e valor orçado de tempo (horas de trabalho), que é necessário para completar a atividade, a equipe de construção. À medida que cada passo esteja concluído, é documentada como uma mini-marco que representa uma percentagem do processo de instalação total. O percentual determinado para cada sub-atividade pode variar de acordo com o projeto e este progresso é geralmente acordado para ser usado como uma medida de antemão. Uma boa maneira de implementar este método em Primavera P6 está usando Activity Steps.


 

Início / Fim

Este método só está focado em capturar o ponto de partida e o ponto de chegada da atividade e nada entre estes pontos. Este método é melhor para as atividades que são de curta duração. Implementará esse método se as estimativas de trabalho da atividade não estão disponíveis ou se os dados de progresso completo em percentagem são muito difíceis de recolher.

Usando a técnica de Início / Fim ganha uma percentagem do progresso quando a atividade começa e a outra metade é ganha quando a atividade estiver concluída. Essas percentagens são determinadas pelo proprietário e contratante do projeto.
Muitas vezes, as empresas comprometem-se a usar a Regra padrão 50/50 ou outras regras:

Regra 50/50 - uma vez iniciada a atividade é marcada como 50% concluída, e a outra metade é ganha à conclusão final do trabalho.

Regra 20/80 - usada para controlar atividades de maior valor que toma mais tempo para chegar a conclusão.

Regra 0/100 - a regra ilustra que só quando 100 por cento da atividade estiver concluída, o valor é ganho.


 

Rácio de Custo

O método Rácio Custo é normalmente implementado num projeto que tem atividades que tendem a ocorrer ao longo de uma longa fase ou durante todo o projeto. Muitas vezes usada para despesas gerais, esta técnica é medida com base na alocação orçamentada em dólares contra as horas de trabalho de produção. Este método dá ao empreiteiro a capacidade de ganhar valor correspondente à percentagem global de conclusão do projeto.

No Primavera P6 é obtido pela utilização de atividades do tipo Level of Effort.


 

Experiência / Opinião

Ao contrário dos métodos acima que dependem de dados definitivos, este método baseia-se na experiência e subjetividade do gestor de projeto. Não é geralmente recomendado e tende a ser visto como o último recurso, porque as experiências e opiniões de cada indivíduo variam entre si e podem causar conflito entre proprietários, empreiteiros e arquiteto.
 

Unidades Ponderadas ou equivalentes

Este método foi destacado como a melhor técnica e é o que exige mais esforço, mas também se estende a uma gama mais ampla de dados. As atividades que estão sendo calculadas tendem a ocorrer ao longo de um tempo de duração mais longa e incluem várias sub-atividades, que podem ter diferentes unidades de medidas.
A fim de concluir este projeto que exige várias unidades, horas de trabalho, recursos e sub-atividades e, para calcular as sub-atividades, é ponderada um nível estimado de esforços em horas de trabalho ou em valor monetário que é específico de cada sub-atividade. Uma vez que o valor ponderado é determinado, este é convertido para refletir o valor em unidades de medida específicas para a atividade. Após o que se atribui unidades equivalentes de percentagem de conclusão do projeto global.

Estes 6 métodos para medir o progresso do projeto são comummente usados em gestão de projetos de construção e são filtro para um processo de determinar a percentagem de conclusão para o projeto como um todo com Earned Value Management.

Qual destes métodos usa mais nos projetos?

terça-feira, dezembro 23, 2014

A Implementação BIM e o Controlo do Projeto

As diferentes legislações nacionais irão gradualmente exigir a aplicação de BIM nas obras de construção e infraestruturas do setor público. No Reino Unido essa aplicação está orientada para se realizar já em 2016. Isso significa que os projetistas, empreiteiros e as cadeias de fornecimento na indústria irão necessitar de alterar as formas de trabalho e adaptar-se à nova legislação que sairá. No caso do Reino Unido a política é de pedagogia e não de punição. O objetivo é de adotar uma progressiva melhoria e com isso melhorar em paralelo de forma significativa a eficiência da indústria desde as fases de desenho, procurement, construção e gestão do projeto até à gestão operacional subsequente do ativo ao longo da sua vida.

O que é o BIM?

A utilização de desenho a 3D tem ajudado a indústria a coordenar as características arquitetónicas, a estrutura e os serviços de mecânica, elétricos para as obras públicas. O nosso mundo é tridimensional e, como tal, ser capaz de visualizar um espaço pelo designer, o construtor e o cliente dá uma reforçada interação em volta do ativo a ser construído quando se compara com as plantas, cortes e elevações tradicionais em 2D. O poder da modelagem em 3D permite identificar pontos críticos e detalhes de planos e secções. Além disso, o modelo 3D pode ser ligado com um plano de trabalhos para mostrar uma simulação de como se pretende construir o edifício ou infraestrutura (a modelação 4D). Se dermos um passo mais à frente e introduzirmos os custos no modelo adicionamos uma nova dimensão – agora é 5D, desta forma a informação de controlo do projeto fornece índices de custo e performance conforme se atualiza o modelo.

Um dos principais desafios de incorporar toda esta informação é a capacidade de integrá-la a partir de sistemas diferentes: o modelo 3D do ativo, a informação de higiene e segurança, o plano de trabalhos de construção, a lista de quantidades, o sistema financeiro, o sistema de gestão de ativos. O facto de ainda existirem questões de compatibilidade simplesmente na importação / exportação entre ferramentas como o Primavera P6 e o Excel – para além do complexo processo de integração de cliente / utilizador para colocar o Primavera a trabalhar com a gestão de custo do Deltek Cobra – sugere que estamos num mundo muito longe da total compatibilidade que o modelo BIM exige para alcançar o BIM 5D.

Gestão da Informação – sempre na raiz do problema

Podemos pensar que o problema reside na falta de integração entre sistemas de TI para os diferentes processo requeridos para realizar o projeto. A questão reside muito mais longe daqui. É a falta de uma estratégia de gestão da informação entre diferentes disciplinas que interagem no projeto. Esta visão apoia-se ainda nas sumulas das diversas conferência de gestão da construção que acompanhei. Demasiados processos exigem a duplicação de esforços no decurso do ciclo de vida do projeto que deveriam poder ser evitados se fosse adotada tal estratégia de gestão integrada da informação do projeto logo a um nível comparável a um PMO. Esta lacuna gera ineficiências que corroem as já reduzidas margens da indústria.

Como exemplo, deixem-me descrever a realidade nas nossas empresas no que se refere a esta omissão. Os empreiteiros são obrigados contratualmente a reportar as quantidades instaladas relativamente às planeadas para suportar a percentagem física de conclusão dos trabalhos que irão informar os índices dos controlos de performance do projeto. Isto significa que a Lista de quantidades necessárias trem de ser mapeada no plano do Primavera P6. Contudo, o estimador e o planeador durante o período de definição do plano da obra não falam um com o outro e a informação que produzem (Mapa de Quantidades e Plano) está de forma consistente desalinhada. Não são atribuídos códigos de custo às atividades do projeto. As folhas de abertura de trabalhos, na maior parte das vezes, não têm qualquer referência a um número de desenho. Em resumo, uma enorme confusão para qualquer pessoa que queira fazer algum sentido do quando e onde as quantidades de construção serão instaladas.

Na investigação do sentido do trabalho desta obra, quando se procuram o estimador e planeador do plano comercial para obter a informação, a mais das vezes estão já em novos contratos, quando não saíram da companhia. Vai então recorrer-se a novos recursos para por em ordem toda esta informação sem sentido e estes percorrem toda a informação para compreenderem o desenho do projeto, a sequência de construção e as suas relações com as atividades do plano do projeto, mapa de quantidades e até as folhas de abertura de trabalhos. Em todo este retrabalho perde-se tempo valioso para realinhar o Mapa de Quantidades com o plano, por forma a poder reportar de forma adequada e em conformidade com o contrato.

Esta situação ocorre com os empreiteiros com processos e ferramentas apropriadas, mas a realidade, na maioria dos casos, estes utilizam ferramentas de planeamento que não mapeiam nada disso e que com muita dificuldade conseguem fornecer informação confiável ao cliente – o projeto vive assim numa mentira com folhas de cálculo a serem trocadas e com percentagens definidas de forma quase aleatória. Portanto, os projetos não são geridos numa forma conforme ao contrato e os resultados enfermam de toda esta ficção.

Ineficiências e falta de produtividade

Há muitas ineficiências observadas na indústria, tal como as questões descritas acima na forma de realização dos contratos, até à dupla aquisição de materiais e desperdício, sequenciação inadequada da construção, retrabalhos, só para enunciar algumas. BIM visto unicamente como uma ferramenta não é a solução destas questões. A solução é a implementação de uma estratégia de integração da informação dentro das organizações que possa fornecer informação consistente e compatível alinhada com os requisitos das diferentes etapas do ciclo de vida do ativo. A definição desta estratégia ao nível do PMO que estabelece a solução apropriada de gestão da informação é a chave deste desafio, tal como é a disponibilidade de recursos competentes para a implementar e gerir. Muito mais fácil de dizer do que fazer, claro!

Assumam que desde da etapa inicial de um projeto a solução de gestão de informação é considerada em linha com os requisitos BIM do cliente. Se a solução é implementada desde a etapa de proposta comercial irar reduzir o tempo despendido e os esforços sujeitos a erro de ligar as peças diferentes depois de o contrato ter sido atribuído ao empreiteiro. O projeto poderá então progredir através das suas fases de vida do desenho, à construção e à operação, tendo cada interface os próprios desafios de integração. Ao nível do PMO, estes desafios devem ser enfrentados o mais cedo possível na vida do projeto e resolvidos através da inclusão das ferramentas apropriadas nos diferentes processos de gestão.

Muitos empreiteiros orgulham-se da sua utilização ocasional da modelação 3D na realização de um ativo para um cliente. Devem lembrar-se que este é só o primeiro passo na redução das ineficiências da indústria, e só uma parte pequena do âmbito que o BIM pode realizar. Os exemplos desta utilização – embora muito poucos – surgem em áreas como a saúde, a segurança, gestão de risco e da qualidade e mostram o valor do BIM como uma inestimável ferramenta multidimensional.

Em conclusão

A junção da estratégia de gestão integrada da informação com os controlos do projeto irá melhorar a exatidão dos KPI e, se realizada de forma correta, poderá ser o primeiro passo para a criação de uma base de dados de imenso valor comercial (com informação estatística sobre a performance de todos os tipos de trabalho). A integração BIM estará sempre condicionada à junção de desenhos, planos, custos e sistemas financeiros. Esta estratégia BIM deverá poder integrar todos os requisitos globais da indústria.

segunda-feira, maio 14, 2012

Melhor Gestão de Projecto na recuperação económica

Não há nada de bonito nesta recessão económica. A economia está a mudar, muitas companhias estabelecidas no mercado estão a desaparecer ou sofrem processos de compra e de fusão, as indústrias estão a operar em modo de sobrevivência preocupadas por evitar riscos que as possam colocar em vulnerabilidade. Para sobreviver, as grandes empresas têm de se manter na vanguarda da inovação e das tendências de mercado.

Mas nem tudo tem sido negativo!

Aparentemente com a queda de empresas lentas e ineficientes afectadas pela recessão, foram criadas oportunidades para outros negócios florescerem. Para as companhias que conseguiram ultrapassar estas grandes dificuldades e estão a navegar no actual horizonte de negócios, jogar pelo seguro não é a forma de ter sucesso, mas também não o é avançar sem cuidados.

Um factor chave que faz a diferença nas empresas é a execução inteligente dos projectos. Actuar sobre os projectos que são mais lucrativos e agindo com margens de erro muito pequenas, permitirá que os negócios sejam capazes de maximizar o valor das suas actividades e assegurar que irão operar com lucro nos anos seguintes.
 

Manter o projecto dentro do prazo

Quando se trata do sucesso dos projectos este é o aspecto mais importante. É essencial aplicar métricas às realizações, mas quando queremos recolher a informação adequada para esse efeito podemos levar imenso tempo. Se estabelecermos inícios e fins claros para as actividades poderemos aplicar métricas valiosas de tempo que façam sentido para os stakeholders do projecto e, sobretudo, para o cliente, que verá o resultado comparado com a métrica de baseline.

O estabelecimento de uma baseline é obrigatório na realização de um projecto com métodos sérios e métricas com valor.
 

Do custo do projecto

A maioria das empresas não conhece o verdadeiro custo por projecto e isso pode conduzir a um mundo de trabalhos. Se sabe quais são os projectos que estão ser lucrativos poderá alocar os recursos a projectos com um perfil similar e estar mais confiante na sua performance e no sucesso. Mantenha curtos os elos de comunicação nestes projectos e monitorize constantemente a medida em que eles estão alinhados com o custo e o orçamento.

Estes dados ajudarão a determinar quais os clientes que permitem manter as margens e aqueles que pela sua actuação impedem ou dificultam o progresso e reduzem ou destroem as margens.
 

Utilize eficientemente as ferramentas

Qualquer ferramenta é tão efectiva como a pessoa que a está a usar. Mesmo o melhor software irá falhar se não tivermos um plano para o utilizar. Isto não significa que o software possa ser optimizado. Quando temos de gerir projectos múltiplos e os dados complexos que estão associados com a sua realização, uma ferramenta que agregue e prepare os dados automaticamente pode poupar muito tempo e confusão enquanto fornece uma visão clara e transparente sobre o estado dos projectos.
 

Desenvolva sem receio os projectos

Executar consistentemente os projectos e realizar valor é muito importante. Para isso tem de assumir projectos inovadores que requerem algum risco. O segredo está em saber quando e como assumir esses riscos. Pode ajudar muito poder avaliar os recursos disponíveis e determinar, a partir dos dados da experiência, quais os tipos de projectos mais lucrativos. Armados com essa informação, mesmo quando um projecto atrasa, não deve ser muito difícil recuperar. Mas mais do que isto, por tentarmos novos projectos continuamos a melhorar e a refinar as métricas de sucesso.

Agora chegámos ao tempo de começar a quebrar a estagnação associada à recessão. Os novos projectos levam a novos clientes, o que conduz à melhoria das margens e dos lucros e a vantagens competitivas. Estará aí um mundo de oportunidades se alterarmos as nossas perspectivas, nos equiparmos com metodologias e ferramentas. Mas muitas companhias persistem escondidas nos seus abrigos de crise.

Temos de tomar a iniciativa para nos colocarmos na cabeça da corrida.

LQ