quinta-feira, março 03, 2011

Desenhar Objectivos SMART

A cultura anglo-saxónica habituou-nos à utilização de acrónimos e frases que funcionam como mnemónicas mentais para fazer as coisas da forma entendida como a mais adequada. Um desses é o SMART.

O acrónimo SMART é uma ferramenta para nos assegurarmos que os nossos objectivos e instruções são Específicos (S). Mensuráveis (M), Atingíveis (A), Relevantes (R) e em Tempo (T). Ajuda na clarificação do que pretendemos alcançar e estabelecer os prazos para ficarmos certos que iremos produzir os resultados que queremos dentro da escala de tempo que necessitamos. perguntas

1º Passo – Avalie as suas intenções

Antes de começar a afinar os seus objectivos, lembre-se de reverificar a sua intenção para querer alcançar este objectivo. Pergunte-se a si próprio:

  • Qual é o resultado final que quero alcançar?
  • Porque é que isto é tão importante para mim e para a minha organização?
  • Se não alcançar este objectivo ou o fizer deficientemente, como é que isso irá afectar a minha carreira / planos de vida, auto-estima ou realização no trabalho?

2º Passo – Torne-os Específicos

Se a sua descrição de objectivos é inequivocamente clara para aqueles que a lêem, está à procura de confusão e de uma desculpa. Depois de ter escrito o objectivo pergunte-se a si próprio:

  • Se alguém ler este objectivo, será que conseguirá executá-lo sem me ter a mim para o explicar?
  • Será que o objectivo fornece as respostas ao Quem? Quê? Quando? e Onde?
  • Está curto e conciso?

3º Passo – Torne-o Mensurável?

Já ouviu dizer, provavelmente, que «O que pode ser medido, pode ser feito.» Quando se desenham declarações de objectivos que são mensuráveis, estamos muito mais perto de as fazer e sabemos que as alcançámos porque produzem resultados claros. Para se assegurar que os seus objectivos obtém resultados, pergunte-se:

  • Como saberei se este objectivo ou milestone foi alcançado e até que ponto?
  • Como é que o irei medir e com que frequência?
  • É totalmente claro para os que são parte da realização deste objectivo quais são os resultados mensuráveis?

4º Passo – Tornar os Objectivos Alcançáveis

Até pode querer, na próxima semana, ter uma promoção no trabalho ou até começar uma viagem à volt do mundo por um ano. Embora estes objectivos sejam excitantes e possíveis, eles podem não ser atingíveis para já. Pergunte-se:

  • Pode este objectivo ser atingido (mesmo com algum esforço) dentro da escala de tempo indicada? Se não, divida o objectivo em partes mais pequenas e escreva de novo a declaração de objectivo.
  • Se não consigo alcançar este objectivo dentro da escala de tempo indicada, quais são as mudanças que devo fazer para o conseguir?

5º Passo – Torne-o Relevante

Se os objectivos não parecem relevantes temos a tendência de os pôr na estufa. De facto, há sempre demasiadas outras coisas em que nos focarmos e para fazermos. Para garantir que os objectivos são relevantes, pergunte-se:

  • Como é que este objectivo de alinha com a imagem total?
  • Que problemas poderão surgir se não conseguir concluir este objectivo?
  • É mesmo neste ano ou mês que este objectivo deve ser concretizado?

6º Passo – Fazer em Tempo

Muitos objectivos falham porque não identificamos a linha de tempo dentro da qual os queremos realizar. Para aqueles de nós que somos recorrentes em não fornecer escalas de tempo mensuráveis, parece-nos que os mesmos objectivos aparecem vezes e vezes repetidas nas nossas folhas de planeamento: para prevenir quer isto aconteça, pergunte-se:

  • Será que estabeleci um prazo final global para a realização deste objectivo?
  • Indiquei as milestones ou outros prazos para as actividades que contribuem para o progresso?
  • Quando é que quero isto concretizado?

terça-feira, fevereiro 15, 2011

O que é o PRINCE2?

“Projects in Controlled Environments” ou, em breve, PRINCE2 está a tornar-se um dos métodos mais populares e amplamente utilizado para a gestão de projecto. Pouco utilizado no nosso país, onde é quase desconhecido, é usado no sector privado e público e tornou-se o standard de facto para gestão de projectos no reino Unido.

Continuando o sucesso obtido no Reino Unido, o interesse por este método começou a espalhar-se pelo mundo. Os países em que se tornou mais usado são a Holanda, Bélgica, Alemanha, África do Sul, Austrália e mesmo nos EUA.


A que se refere o 2 em PRINCE?

O PRINCE” nasceu em 1975, a partir da metodologia PROMPTII. Esta foi substituída pela PRICE em 1989, passando a ser o standard para todos os projectos de sistemas de informação do governo do Reino Unido. Em 1996, a metodologia foi relançada como uma metodologia genérica de gestão de projecto para todos os projectos do governo britânico.

dollars
Porque foi introduzido o PRINCE?

Podemos dizer que o sector público de qualquer país não pode dizer com fundamento que a forma como faz a gestão dos seus projectos seja exemplar. Antes pelo contrário! O PRINCE e o PRINCE2, posteriormente, foram introduzidos para enfrentar as causas comuns de fracasso nos projectos, muito em especial no sector público.


Como actua o PRINCE2?

PRINCE” é uma estrutura de boas práticas que apoia os gestores a realizar projectos em tempo e dentro do orçamento. Divide os projectos em etapas claramente definidas com um princípio, meio e fim. Concentra-se na realização de produtos em vez de realizar actividades. Todos os projectos devem ter um business case e um plano que são periodicamente revistos para verificar se continuam viáveis.

Um projecto PRINCE” tem as seguintes características:

¶ Um ciclo de vida definido e finito

¶ Produtos de negócio definidos e mensuráveis

¶ Um conjunto correspondente de actividades para realizar produtos de negócio.

¶ Uma quantidade definida de recursos

¶ Uma estrutura de organização, com responsabilidades definidas, para gerir o projecto.


Como é estruturado um projecto PRINCE2?

No centro da metodologia está o Board do Projecto, constituído pelo cliente, representantes do utilizador e do fornecedor. O Gestor de Projecto reporta a este board, com regularidade, o progresso, os problemas e o board decide como deve o projecto proceder.


Quais são os benefícios do PRINCE2?

PRINCE2 dedica-se realizar os projectos certos, no tempo certo pelas razões certas. Fornece sistemas comuns, procedimentos e linguagem para os projectos. Oferece ainda:

¶ Melhor controlo e uso dos recursos

¶ Meios de gerir riscos e questões

¶ Pontos de decisão flexíveis

¶ Revisões regulares do progresso em relação ao plano de projecto e ao business case.

¶ Garantia de que o projecto continua a ter uma justificação de negócio

¶ Visibilidade antecipada dos problemas

¶ Boas comunicações entre a equipa de projecto e os outros stakeholders

¶ Um mecanismo para gerir desvios ao plano do projecto

¶ Um processo para capturar as lições aprendidas.

Com isto tudo PRINCE” permitirá poupar tempo e dinheiro ao mesmo tempo que se realizam com mais efectividade os projectos.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Gestão de Projecto e Impacto no Sucesso dos Projectos

Na próxima semana, inicio uma acção de formação em Gestão de Projecto para uma empresa de desenvolvimento de software portuguesa. As 3 palavras desenvolvimento, software e portuguesa parecem que se contradizem. Mas não! É uma empresa com sucesso, especializada no software e portuguesa.

A pergunta que me coloquei foi: como posso contribuir para com a Gestão de Projecto melhorar o seu sucesso?

Ao lidar com projectos de TI,  a utilização de técnicas de gestão especializada de projecto poderá ser muito benéfica para o progresso dos projectos em curso e, sobretudo, para o crescimento da taxa de sucesso no longo prazo. O planeamento e a gestão de Projectos pode ser complicado por muitas razões e isso faz com que a capacidade de concluir com sucesso se torne um activo de muito valor.


Algumas complicações comuns

A dificuldade na gestão de projectos de TI reflecte-se na elevada taxa de insucesso dos mesmos. De facto, um relatório de 2009 publicado pelo The Standish Group indica que apenas 32% dos projectos de tecnologia da informação desenvolvidos pelas empresas foram considerados bem-sucedidos.

europe-cloudfree-msg1-desk-1280Quase um quarto de todos os projectos de TI falharam, enquanto 44% foram considerados «comprometidos», ou seja, foram considerados atrasados, a gastar mais que o orçamento ou não indo ao encontro de todos os requisitos do projecto. Com esta taxa de fracasso, é fácil perceber por que são especiais as competências e conhecimento de gestão de projectos em TI (e, muito especialmente, em software) e a sua necessidade para manter os projectos na linha.

Em geral, os projectos falham por um conjunto de razões. Por exemplo, um projecto pode falhar devido a planeamento pobre ou insuficiente, a um âmbito mal verificado ou a uma escala de tempo irrealista. Embora estes sejam problemas comuns em todos os tipos de fracasso em projecto, a natureza tecnológica dos projectos torna este tipo particular de situações mais provável de se desenvolverem.

Entre os factores que contribuem para o fracasso dos projectos estão:

· A falta de profissionais com experiência especializada em gestão de projecto;

· As complicações derivadas da utilização de tecnologia incompatível ou insuficientemente madura;

· A falta de compreensão geral acerca dos desafios específicos dos projectos de tecnologia de informação por parte daqueles responsáveis pelo seu planeamento, execução e controlo


A formação e as boas práticas em Gestão de Projecto

Apesar de existirem desafios específicos para superar quando se trata gestão de projectos de, a realização de alguma formação neste campo pode conduzir a uma maior compreensão de como abordar as questões e contornar os problemas. Ao participar em cursos de gestão de projecto com formação especificamente para tecnologia da informação, você pode aprender como aplicar estratégias comprovadas para projectos de TI, a fim de melhorar os resultados e gerar processos mais eficientes.

Técnicas como a criação de métricas para medir o desempenho uniforme do projecto e padronizar a linguagem utilizada para descrevê-las, Sistemas de controlo de projecto aceites e utilizados pela equipa e processos de colaboração durante a execução, são alguns conceitos básicos de gestão de projectos que podem melhorar muito os resultados do projecto quando envolve tecnologia de informação. Manter monitorização estreita de prazos e custos do projecto e âmbito do projecto de gestão são vitais quando está a tentar garantir um projecto de tecnologia da informação se mantem no caminho certo.

Luís Quintino